Bom, não precisaria nem dizer o que me motivou a escrever este texto, afinal, é o mais pautado no momento: Jogo da Baleia Azul, que nada mais é do que uma espécie de pacto de suicídio. (Sobre a veracidade das informações não posso afirmar, mas fica uma dica de leitura: clique aqui)
O próprio suicídio de um tempo para cá, passou a ser tratado com a importância e seriedade que lhe é devida, nos levando a abrir os olhos e a mente a seu respeito.
Não busco com este texto pontuar quais as causas que levam uma pessoa ao suicídio ou discorrer o momento exato em que começa ou termina a depressão, mas, apenas trazer um alerta ainda maior para dentro de casa.
Este texto, portanto, é para vocês: papais, mamães, avós, tios, irmãos...
Pois, foi a vocês que Deus designou o papel de nos ensinar o caminho, de nos educar, inspirar, ajudar e proteger dentro de uma relação de autoridade, mas também, de amor e compreensão.
Grande parte da crise da nossa geração começa em casa, quando o próprio conceito de família já não pode ser identificado claramente, quando já não se prega mais o respeito entre seus membros, quando se supervaloriza uma vida melhor em termos financeiros, o trabalho, e o luxo, esquecendo-se da qualidade dos relacionamentos, quando as tarefas escolares são feitas relaxadamente porque os pais não tem tempo para perder com isso ou quando largamos os filhos, ainda crianças, em frente aos celulares e computadores para que eles não aprontem ou deem trabalho e assim por diante...
Tudo na nossa vida nos dias de hoje tem sido prioridade menos a família.
Os pais mal conhecem seus filhos e os filhos estão cada vez mais distantes dos pais.
Dialogo é algo desconhecido em casa, e quando se vê indícios de conversas não passam de monólogo, em que uma parte fala e a outra até escuta, mas não compreende.
A autoridade é confundida com autoritarismo, em que não se pode ter opiniões divergentes que já se entende como desrespeito, e a consequência disso é que os filhos não respeitam de fato os pais, apenas os temem...
O amor incondicional que se ouve falar é sentido apenas pelos pais, enquanto seus filhos desconhecem totalmente o que significa amor, sentindo-se verdadeiros estorvos na vida desses.
Longe de mim querer imputar aos pais papel maior do que lhes cabe, ou julgar o modo que tem de criar seus filhos, até porque, não sou mãe... Mas, sou filha!
E como filha posso dizer que tão difícil quanto ser pai/mãe é ser filho e não ter seu espaço, tempo, opiniões e sentimentos levados a sério.
Difícil é ser filho e não ser digna de confiança por pura insegurança dos pais que não conhecem o filho que tem.
Difícil é ser filho quando o presente caro é usado para suprir a ausência constante.
Difícil é ser filho quando seus pais são amáveis com os de fora e não perdem a oportunidade de descontar o stress em você.
Difícil é ser filho quando se encontra mais atenção nas redes sociais do que na própria casa.
Difícil é ser filho quando os pedidos de desculpas são totalmente ignorados e a sanção mais severa é aplicada.
Difícil é ser filho quando seus pais são separados e você precisa conviver com um falando mal do outro (Alienação Parental).
Difícil é ser filho e ver seus pais serem tão bacanas e conselheiros com o filho dos outros e tão indiferente a você e aos seus sentimentos.
Enfim, difícil é ser filho quando a cada dia você acorda sentindo-se órfão de pais vivos.
E é essa dificuldade, descrédito e desinteresse têm levado muitos jovens e adolescentes ao abismo da morte: se interessando por suicídio, talvez não porque quer de fato morrer, mas porque querem atenção, ou apenas porque, desejam fugir do problema que é essa grande indiferença.
Com amor,
Ana Cecília
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