Setembro
acabou e com ele a Campanha do “Setembro Amarelo” também. Acabaram as postagens
no Facebook, pessoas disponibilizando-se a ouvirem umas as outras ou fazer um
elogio, acabaram as palestras e cursos, acabou a reflexão, bora pra próxima
campanha... Certo? Errado.
A
pedido da minha amiga Ana Cecília (ela acha que tenho potencial para isso já
que faço psicologia então não posso decepcioná-la!), vim aqui hoje falar
sobre suicídio. Já adianto que serei simples e direta no que Deus colocou ao
meu coração.
Suicídio:
palavra tão discutida no último mês. Dai vocês pensam: “Suicídio de novo?”, “Ué,
mas o Setembro Amarelo acabou ontem, tá atrasada...”
Que
fique bem claro que não estou indo contra nenhuma campanha. Acho excelente a criação
do espaço de ao menos um mês no ano sobre debate quanto ao suicídio,
ajudando-nos a refletir melhor sobre o tema e abrindo espaço para essa temática
tão relevante. O suicídio precisa ser discutido, sem tabus. A Ana falou
maravilhosamente aqui sobre o tema e sobre a importância do mesmo ser discutido
abertamente. No entanto, quero falar sobre o suicídio “daqui pra frente”.
Não
é novidade que o suicídio vem aumentando em nosso mundo. De acordo com a
revista Mundo Estranho ocorrem em média 800 mil suicídios por ano (OMS), ou
seja: um suicídio a cada 30 segundos. Dai a gente pensa: “Nossa, que triste...”
e dois minutos depois já estamos pensando no que vamos fazer no final de
semana, no que vamos comer, etc e etc. Mas a pergunta é: E se a cada 30
segundos alguém da sua família se matasse? Você pensaria da mesma forma? Você
pensaria sobre o suicídio apenas em setembro? Você ficaria da mesma maneira
quando alguém que você ama/gosta/convive não esta bem?
Eu
trago hoje, essa reflexão porque recentemente em minha família aconteceu um
episódio em que uma prima chegou a arquitetar como cometeria suicídio. Eu moro
a mais de 800km dela e não poderia fazer nada... Certo? Não, errado. Não é de
agora que ela vem mostrando sinais claros de depressão. Eu, não apenas por ser
uma futura psicóloga, mas enquanto cristã seria tão responsável pelo ato quanto
ela porque eu tinha como mandar uma mensagem pra ela, fazer uma simples ligação
que seja pra ter perguntado como ela sentia-se...
De
acordo com a revista Mundo Estranho, a cada uma pessoa que cometeu suicídio outras
20 já tentaram. Ou seja, a pessoa não comete um suicídio “do nada” e “de uma
hora pra outra”. A pessoa dá alguns sinais de que cometerá suicídio mas muitas
vezes sua dor é ignorada por aqueles que mais deviam a apoiar.
Falamos
tanto em “Amar o próximo como a nós mesmos” (Marcos 12: 31) que esquecemos que
quando alguém ao nosso lado não esta bem também temos culpa porque sempre
podemos, dentro de nossos limites, fazer algo para melhorar a vida ou
simplesmente o dia daquela pessoa. O mundo vive e sempre viveu imerso em egoísmo,
mas o desafio de Cristo é que vivamos na contramão do mundo não é?
É
por causa disso que hoje venho aqui dizer a você esta lendo esse post: olhe
para os lados. Se você tem um amigo ou familiar e tem percebido que a algum
tempo ele(a) não esta bem converse com essa pessoa. Por mais que ela não tenha
falado nada a você muitas vezes ela pode sim já ter cogitado a ideia de cometer
o suicídio.
Eu falo isso porque eu já pensei e não nego. E só quem já pensou
nisso sabe o quanto é importante ter alguém nesse momento. Alguém que não lhe
julgue ou critique mas procure lhe ouvir primeiramente e busque ajuda
juntamente com você. Tiago (capítulo 2) nos diz que a “fé sem obras é morta” . Saber
o que deve ser feito é importante, mas além disso, devemos colocar em prática,
começando pelas pessoas próximas a nós. O ano possui 11 outros meses, não deixe para pensar
sobre isso apenas em um deles. Pode ser tarde demais para alguém próximo a você.
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